O guitarrista quebra jejum e volta a gravar com Gal Costa, Gil, Caetano e outros mais jovens, como Rodrigo Amarante·Depois de ser internado quatro vezes, o músico diz que sua esquizofrenia está controlada e que deseja encontrar "música pura".
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em 1911, o psiquiatra suíço Eugen Bleuler criou o termo esquizofrenia para descrever pacientes que ele diagnosticava com "associações mentais desordenadas" e "fragmentação da personalidade". Sessenta anos depois, Lanny Gordin descobria-se esquizofrênico e entrava numa espiral de paranóia e confusão que o impediu de tomar o lugar que já estava reservado e garantido para si: de maior guitarrista da música brasileira.
Agora, correndo para recuperar 30 anos perdidos, Lanny se lança em novos projetos e, junto de seus ouvintes, tenta descobrir se ainda é o mesmo músico, com o mesmo talento, de quando tinha 20 anos.
Em 2006, Lanny reapareceu em shows, participações e projetos. Além de alguns shows solo com convidados, ele tem tocado na banda do inventivo sambista Rômulo Fróes e participou do elogiado disco do produtor Apollo Nove, "Res Inexplicata Volans".
Em janeiro de 2007, será lançado aguardado disco solo, chamado "Duos", em que toca a sua guitarra (mais violão e baixo) ao lado de antigos parceiros e novos fãs. Estão ali cantores como Rodrigo Amarante (do Los Hermanos), Max de Castro, Fernanda Takai (do Pato Fu), Vanessa da Mata, Adriana Calcanhotto e músicos que já têm história com Lanny, como Gal, Caetano e Gil.
"As gravações foram lindas", conta Lanny, sorriso no rosto e olhar calmo. "Cada uma foi diferente da outra. Cada artista levou um clima pro estúdio e tudo foi feito na hora, com muito improviso. Tudo feito em no máximo dois ou três takes." Em março, Lanny se apresenta com convidados no auditório Ibirapuera, e em fevereiro deve acontecer show de lançamento do CD no Sesc.
Hoje, o músico faz participação no Baile do Baleiro, festa organizada por Zeca Baleiro (também no disco) no clube Blen Blen.
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